Invisível, imaturo, fora da Seleção e média de 10min em campo: Endrick sofre calado, e Real Madrid se nega a emprestá-lo
De uma das maiores revelações do mundo a reserva do reserva. O brasileiro de R$ 400 milhões tem sido deixado de lado por Carlo Ancelotti. Imprensa espanhola vê o atacante de 18 anos como afobado, irritadiço e egoísta. Técnico o quer mais coletivo
Dorival Júnior já deixou claro.
Não repetirá Tite.
Não fará como o ex-treinador cansou de repetir.
Convocar jogadores reservas nos seus clubes, como foram os casos de Rodrygo, Martinelli, Alex Telles e Arthur, por exemplo.
Não vê coerência em chamar para a Seleção um atleta que não consegue nem se firmar no seu time.
O caso atinge em cheio a Endrick.
O atacante não foi chamado para enfrentar Peru, Chile, Venezuela e Uruguai.
E promete que, enquanto o atacante de R$ 400 milhões não for titular no Real Madrid, seguirá fora da Seleção.
O que acontece com Endrick, que foi apontado como fenômeno na Espanha?
A ponto de, ao contrário do que aconteceu com Vinicius Júnior e Rodrygo, nem vestir a camisa do Real Madrid Castilla, a equipe B do clube de Florentino Pérez?
As respostas não são em palavras.
Mas em atitudes de Carlo Ancelotti.
Nas 18 partidas que o Real Madrid fez neste início de temporada europeia, o brasileiro atuou apenas em dez.
E apenas uma vez como titular contra o Lille.
Foi mal.
Sua média é de 10 minutos em campo.
Só marcou um único gol e deu uma assistência nas 18 chances que teve.
Ancelotti tem escalado o Real Madrid com Rodrygo aberto na direita.
Mbappé flutuando no meio do ataque.
E Vinicius Júnior pela esquerda.
O espanhol naturalizado marroquino Brahim Díaz, meia ofensivo, tem sido a primeira opção de Ancelotti.
Endrick tem recebido um tratamento de choque.
Primeiro pela imprensa espanhola, que o tem taxado como imaturo.
Foi classificado como invisível no elenco bilionário do maior clube do mundo.
Tem sido orientado pelo treinador italiano a deixar a ansiedade de lado.
E parar de forçar dribles, chutes a gol, ser muito menos individualista.
Pensar na sua função tática, que muitas vezes é abrir espaço para os companheiros.
Está sendo difícil esta adaptação.
Desde que começou no Palmeiras teve toda a liberdade para improvisar com a bola nos pés.
E para piorar, ele rende muito mais do meio para a esquerda.
Esse setor é justamente disputado por Mbappé e Vinicius Júnior.
Empresários representando a Roma, Valladolid e Southampton contataram Florentino Pérez.
Mas o presidente do Real Madrid não quis emprestá-lo ‘para ganhar experiência’.
Carlo Ancelotti faz questão de seguir com seus ensinamentos porque acredita no potencial do jogador.
Com apenas 18 anos, a pressão para Endrick tem sido muito forte.
Ele buscou apoio na namorada Gabriely Miranda, que mora com ele em Madrid.
E também na religião.
Orientado por seus empresários, o atacante não tem dado entrevistas.
Para não deixar escapar seu choque por ter se tornado reserva do reserva.
Rodrygo e Vinicius Júnior o tem apoiado.
Ambos repetem ao companheiro que, no Real Madrid, é preciso paciência e perseverança para ganhar espaço.
E jamais criticar publicamente o técnico e muito menos a direção.
A hierarquia é exigida de forma rígida.
Por isso, Endrick segue calado.
Não reclama da reserva da reserva e muito menos por estar sendo deixado de lado por Dorival Júnior.
Ele mesmo postou nas suas redes sociais uma foto no banco de reservas, sozinho, aplaudindo os titulares.
A situação é complicada para quem tinha a certeza de que conquistaria imediatamente a Europa.
Endrick teve um choque de realidade na Espanha.
No Real Madrid, a competitividade é altíssima.
Muito maior do que na própria Seleção Brasileira.
Por desencargo de consciência, o executivo de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, ousou cogitar o empréstimo do atacante.
Foi mais um a ouvir ‘não’.
O clube europeu sabe o talento que tem nas mãos.
Apenas quer amadurecê-lo...
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